sábado, 15 de novembro de 2008

Racismo na Casa "Branca"


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E finalmente eles deram as caras. A Ku Klux Klan (KKK) novamente apareceu nos jornais do mundo todo. Mas desta vez, a vítima não foi uma pessoa afrodescendente, o que é de praxe. Uma americana, branca, de Oklahoma, que foi recrutada pela internet para participar de um ritual de iniciação na Ku Klux Klan, foi assassinada após tentar abandonar o encontro.


Segundo autoridades, o ritual de iniciação já havia começado quando ocorreu o homicídio. O líder local da Ku Klux Klan, Raymond "Chuck" Foster, de 44 anos, foi preso sob acusações de assassinato e outros sete membros foram indiciados por participação no crime.


Como se não bastasse, em texto publicado no site do KKK, Robb afirma que "Barack Obama se tornou o primeiro presidente mulato dos Estados Unidos", e não negro, já que "ele não foi criado em um ambiente negro. Ele foi criado por sua avó [branca]", argumenta, na nota intitulada "América, nossa nação está sob julgamento de Deus!".


Robb interpreta que, com a eleição de Obama, o "povo branco" dos EUA vai perceber que é hora de se unir contra aqueles que odeiam seu modo de vida --estrangeiros e negros, de acordo com a KKK. Para ele, a votação da última terça-feira (4) não foi uma disputa entre liberais e conservadores, mas "uma guerra racial e cultural, travada contra o povo branco".


A KKK é a associação racista mais famosa do planeta, identificada historicamente por seus capuzes brancos, cruzes incandescentes e crimes raciais. Mas desde sua criação, na década de 60, cambaleia em sua ideologia contraditória.


Longe de apoiar egoístas, racistas, esquerdistas ou flamenguistas. O racismo, que impregnou a humanidade e que há séculos interfere nas atitudes das pessoas, condena não só os 888 grupos espalhados nos Estados Unidos, mas também os freqüentes conflitos entre os países.


Sobre as eleições não seriam diferentes as reações. Na internet alguém escreveu: “Este negro safado é do Quênia e vai deixar a América feito a África”. E como resposta, um negro diz que “esses brancos pecadores devem ser dizimados da face da terra”.


O racismo está em toda parte até hoje. Palestinos contra judeus e vice-versa. Faxina étnica na Bósnia, Iraque, Taliban e Guantánamo, Irã contra Israel, brancos contra índios e vice-versa na América Latina. As freqüentes brigas na França também são justificadas pela raça. Também foi racismo quando os Otomanos invadiram meio mundo no mediterrâneo, e também é racismo o que a Rússia faz com os outros países menores da Europa Oriental.


O “racismo” vai além da cor da pele. Esse sentimento podre é somente um tipo de estratégia para colocar a culpa de algo em alguém. A culpa é sempre do outro, do “diferente” de todos. Desde criança já praticamos o racismo – já se esqueceram do bulling?


Obama não foi eleito porque é negro. Ele venceu porque é inteligente, capaz de fazer diferença e de mudar a cara da América. Ou porque tinha uma ótima assessoria. Seja qual for o motivo, até a imprensa é racista: falar em “presidente negro” já mostra como os termos se separam, se dividem, se segregam. E se der algo errado, não irá faltar reclamação do tipo “Viu? A culpa é do negão!”. “Não. Não é! A culpa é dos brancos azedos e racistas do sul!”. Aí a Casa Branca vai ficar de todas as cores, Branca por fora, preta por dentro, vermelho de vergonha pelos preconceitos e azul de inveja quando observam países como a Suíça que não tem problemas com o racismo.


Continuando assim, será uma vitória da Ku Klux Klan. Do preconceito e dos árcades. Do mal contra o bem, ou do bem contra o mal, que dá no mesmo.


Por: Gustavo Souza