sábado, 15 de novembro de 2008

Racismo na Casa "Branca"


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E finalmente eles deram as caras. A Ku Klux Klan (KKK) novamente apareceu nos jornais do mundo todo. Mas desta vez, a vítima não foi uma pessoa afrodescendente, o que é de praxe. Uma americana, branca, de Oklahoma, que foi recrutada pela internet para participar de um ritual de iniciação na Ku Klux Klan, foi assassinada após tentar abandonar o encontro.


Segundo autoridades, o ritual de iniciação já havia começado quando ocorreu o homicídio. O líder local da Ku Klux Klan, Raymond "Chuck" Foster, de 44 anos, foi preso sob acusações de assassinato e outros sete membros foram indiciados por participação no crime.


Como se não bastasse, em texto publicado no site do KKK, Robb afirma que "Barack Obama se tornou o primeiro presidente mulato dos Estados Unidos", e não negro, já que "ele não foi criado em um ambiente negro. Ele foi criado por sua avó [branca]", argumenta, na nota intitulada "América, nossa nação está sob julgamento de Deus!".


Robb interpreta que, com a eleição de Obama, o "povo branco" dos EUA vai perceber que é hora de se unir contra aqueles que odeiam seu modo de vida --estrangeiros e negros, de acordo com a KKK. Para ele, a votação da última terça-feira (4) não foi uma disputa entre liberais e conservadores, mas "uma guerra racial e cultural, travada contra o povo branco".


A KKK é a associação racista mais famosa do planeta, identificada historicamente por seus capuzes brancos, cruzes incandescentes e crimes raciais. Mas desde sua criação, na década de 60, cambaleia em sua ideologia contraditória.


Longe de apoiar egoístas, racistas, esquerdistas ou flamenguistas. O racismo, que impregnou a humanidade e que há séculos interfere nas atitudes das pessoas, condena não só os 888 grupos espalhados nos Estados Unidos, mas também os freqüentes conflitos entre os países.


Sobre as eleições não seriam diferentes as reações. Na internet alguém escreveu: “Este negro safado é do Quênia e vai deixar a América feito a África”. E como resposta, um negro diz que “esses brancos pecadores devem ser dizimados da face da terra”.


O racismo está em toda parte até hoje. Palestinos contra judeus e vice-versa. Faxina étnica na Bósnia, Iraque, Taliban e Guantánamo, Irã contra Israel, brancos contra índios e vice-versa na América Latina. As freqüentes brigas na França também são justificadas pela raça. Também foi racismo quando os Otomanos invadiram meio mundo no mediterrâneo, e também é racismo o que a Rússia faz com os outros países menores da Europa Oriental.


O “racismo” vai além da cor da pele. Esse sentimento podre é somente um tipo de estratégia para colocar a culpa de algo em alguém. A culpa é sempre do outro, do “diferente” de todos. Desde criança já praticamos o racismo – já se esqueceram do bulling?


Obama não foi eleito porque é negro. Ele venceu porque é inteligente, capaz de fazer diferença e de mudar a cara da América. Ou porque tinha uma ótima assessoria. Seja qual for o motivo, até a imprensa é racista: falar em “presidente negro” já mostra como os termos se separam, se dividem, se segregam. E se der algo errado, não irá faltar reclamação do tipo “Viu? A culpa é do negão!”. “Não. Não é! A culpa é dos brancos azedos e racistas do sul!”. Aí a Casa Branca vai ficar de todas as cores, Branca por fora, preta por dentro, vermelho de vergonha pelos preconceitos e azul de inveja quando observam países como a Suíça que não tem problemas com o racismo.


Continuando assim, será uma vitória da Ku Klux Klan. Do preconceito e dos árcades. Do mal contra o bem, ou do bem contra o mal, que dá no mesmo.


Por: Gustavo Souza

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Aberta a Temporada de caça às Benesses

Por Camila Costa, Jaqueline Silva, Layla Fuez, Natália Pereira, Tamara Almeida, Samuel Júnior
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Recesso branco no Congresso. Em decorrência do período eleitoral nos municípios brasileiros, os parlamentares têm se beneficiado do direito a “licença” para irem aos estados de origem prestar apoio aos aliados nas campanhas. Com essa saída estratégica os suplentes estão garantindo seus dias de fama. Está aberta a temporada de caça às benesses que o poder legislativo oferece.


A notícia da semana foi a posse da segunda suplente do senador Fernando Collor, que saiu de licença, por 90 dias, para apoiar a campanha de familiares em Alagoas. Com esta saída, o número de suplentes aumentou: mais de 20% dos 81 senadores eleitos.


A agência de notícias do Jornal Estadão publicou matéria sobre a posse de Ada Mello, a segunda suplente de Collor. No texto constam informações sobre a senadora que assumiu o cargo depois que o primeiro suplente, Euclydes Mello, também deixou o poder para auxiliar na campanha do município de Marechal Deodoro, no Estado de Alagoas. A matéria ainda cita informações sobre as intenções de Ada em lutar pelos “menos favorecidos”. O discurso de luta em prol dos oprimidos foi feito no plenário da casa, na última segunda–feira, dia 15 de setembro. A matéria ainda cita a proposta de emenda constitucional sobre o caso de suplência de senadores, que ainda está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça daquela casa.


O site G1 também noticiou esse caso. No entanto, as duas matérias são similares a da Agência Estado. Somente são acrescidos dados sobre outros senadores que deixaram seus cargos para suplentes este ano.
Tanto a rádio Band News quanto a CBN não noticiaram o caso. Em relação aos veículos televisivos, fora a TV Senado, que fez a transmissão ao vivo da posse da Ada Mello, não houve ocorrência sobre o assunto.


Uma questão como essa não pode ser deixada de lado. A população, que é quem elege os parlamentares, deveria ser melhor informada sobre o assunto. Ao contrário, a informação ficou restrita à internet. Com um sistema de comunicação tão diversificado como o atual é inconcebível que um assunto dessa magnitude fique refém a apenas um instrumento de informação. A internet ainda não é acessível a toda a sociedade.


Acrescente-se a isto o fato de a população não possuir conhecimento apurado acerca do processo de suplência na política brasileira. Muitas vezes nem se sabe quem é o suplente do político eleito. Isso mostra que o Brasil ainda está longe de ser democrático de fato.


Ninguém compra um produto sem saber se um outro, muitas vezes de pior qualidade, pode substituir o principal. Porque, então, na política tem que ser assim? Nessa perspectiva os veículos de comunicação, muitas vezes, são complacentes. A mídia deve, ou pelo menos deveria, honrar o acordo tácito firmado com a sociedade: divulgar todas as informações necessárias à formação de opinião para que a população possa tomar decisões.


Ainda estamos longe disso.

sábado, 27 de setembro de 2008

Caos na Ibovespa é sinônimo de terrorismo na Imprensa

Por Carolina Lima, Gustavo Oliveira, Priscila Botão e Rayanne Portugal
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Nesta terça-feira (9/9) uma crise abalou a nossa economia neoliberalista. Segundo os jornais mais lidos brasileiros, o problema ocorreu “depois que os preços de commodities sofreram queda”. As quedas de preços das matérias primas como gás natural, petróleo e metais derrubaram o índice do Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores do país. Com o resultado desta terça, a bolsa paulista acumula queda de 13% em setembro e 24,1% no ano. Na véspera, o desempenho do mercado brasileiro já havia sido ruim: baixa de 3,96%.


Realmente, matérias de economia são difíceis de engolir. Expressões como “commodities” ou “índice de desvalorização” provocam uma fuga em massa da sala de TV. Pensando nesse fenômeno, é comum ver meios de comunicação populares como o Jornal Nacional e Jornal da Record tentando simplificar o tema para que o telespectador não se sinta tão burro.


Segundo o JN, nossa economia estava seguindo “o caminho vermelho para o fundo do poço” e que “o dólar era o culpado”. Já o Jornal da Record fez uma análise tanto quanto mediana, citando mais as bolsas internacionais do que a própria Ibovespa.


Este tema deu muito pano para manga porque o Ibovespa permaneceu no vermelho. O Jornal da Record voltou a falar sobre o assunto na quinta-feira da mesma semana e deu um pouco mais de crédito aos problemas do Brasil. Contudo, o JN não se preocupou em dar mais detalhes sobre o assunto.


Diferente do ocorrido no horário nobre, o Jornal da Globo superou a expectativa de ambos jornais, explicando com detalhes claros a situação em que o Ibovespa se encontrava e indicando as futuras saídas para a bolsa paulista. A matéria de 6 minutos trouxe um analista que falou economês por longos 3 minutos. Pelo menos deixaram para o analista a parte complicada. Nos dias seguintes, quarta e quinta-feira, o jornal ainda voltou ao assunto.



ALL NEWS

Band News e CBN mostraram tudo que era importante comentar, além de citar os preços cotados nas bolsas no final do dia. A Band News voltou com o mesmo tema na quarta-feira, dando uma cobertura mais apurada ao assunto, mas não voltou a falar sobre.


A CBN pode receber mais créditos porque acompanhou o desenvolvimento mais vezes durante a semana. Apoiada em vários comentaristas e especialistas, ela produziu matérias que variavam de cinco a doze minutos de duração – consideradas grandes para uma rádio. A rádio analisou de forma mais clara e conseguiu explicar em minúcias os pontos que ficaram brancos na cabeça dos ouvintes.



CAOS NO IMPRESSO?

Primeiro dia de crise. Matérias desesperadas nas capas das sessões de economia. O Globo disse Dias sombrios no império; O Estado de São Paulo explica: “Temor sobre expansão global aumenta e analistas já vêem pânico”. Os jornalistas não pouparam palavras desse tipo nas páginas completas do primeiro dia após o “caos” trazido pela queda.


Em O Estado de São Paulo, levamos duas colunas inteiras para ouvir a palavra commodities, termo tão explicado nas outras mídias. A queda é diretamente ligada à alta do dólar sem, no entanto, ser explicado o porquê.


O Globo conta como o pessimismo gerado na economia americana, devido à crise nas hipotecas do país, levou a Bovespa à queda. Ponto! Mas ponto perdido ao continuar a leitura cheia de números e análises pouco claras.


Mas engraçado como o jornal disse que o caos estava instalado: o dia seguinte desmentiu o desespero. Com a chamada “Bovespa reage e dólar também sobe”, O Estado de São Paulo volta ao assunto em seu pobre único parágrafo cheio de números. Poderíamos perguntar a Claudia Violante, Denise Abarca e Paula Laier, jornalistas que assinaram a matéria, de onde foi o release resumido.

Negócios suspeitos sob as asas da Varig

Por Guilherme de Castro, Eduardo Melo e Tiago Viegas
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Internautas, hoje vamos falar sobre a cobertura jornalística com relação à denúncia de suposta irregularidade na compra da empresa Varig pelo grupo Varig Log.


A ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu afirmou ao jornal “Estado de S. Paulo” que a Casa Civil pressionou a Anac para aprovar a venda da companhia aérea ao fundo norte-americano Martlin Patterson associado a três empresários brasileiros, acionários da VarigLog.


Segundo Denise, a ministra Dilma Rousseff defendeu a omissão da nacionalidade dos recursos empregados pelos novos líderes da empresa e a participação de cada um nas ações da viação aérea, a fim de burlar a legislação brasileira.


Para nós, é legítimo o foco jornalístico sobre a legalidade ou não da compra da Varig. Mas falta o principal: os veículos não questionam os órgãos públicos responsáveis pelo serviço aéreo brasileiro a respeito da estrutura deficiente da aviação no país.


Esperamos que a resposta não venha por meio de mais um desastre aéreo como o da Serra do Cachimbo ou do Aeroporto de Congonhas.

Eleições x Mídia - Façam suas apostas

Por Ana Cândida, Caroline Morais, Fabíola Souza, Letícia Menezes, Luana Carvalho e Morena Mascarenhas
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Eleições americanas são sempre uma boa razão para falar mal dos Estados Unidos. Desta vez entretanto, a disputa está entre os veículos de comunicação. Round 1: CBN Brasil x Band News FM. De um lado do ringue, Band News representa os pesos pena. Com notas curtas e pouca informação, não parece adversário a altura da cobertura completa da CBN Brasil. A representante dos pesos pesados, preocupou-se em apresentar matérias completas, com opiniões de especialistas. Quase diariamente, a rádio recebeu auxílio técnico de colunistas como Arnaldo Jabor e André Trigueiro.

A cobertura dos telejornais, por outro lado, pareceu mais um carteado de comadres. De feijãozinho em feijãozinho, o Jornal da Record saiu na frente com a cobertura. Celso Freitas e Adriana Araújo apresentaram três matérias sobre o tema ao longo da semana. Durante o telejornal, uma matéria sobre a crise econômica no país foi gancho para comentários sobre as eleições.
Na quarta-feira, uma matéria sobre a vice de McCain, fo(fo)cava nos óculos de Sarah Palin. Desde o começo da campanha, o modelo quadruplicou em vendas. Até o Jornal da Globo, que incrivelmente não soltou nenhuma matéria sobre as eleições americanas, deu atenção à queridinha de McCain. A única chamada sobre o tema foi uma charge sobre a escolha da governadora do Alaska como vice.

Para os veículos impressos, Correio Braziliense x Jornal de Brasília. Ambos comentaram poucas vezes assuntos relacionados com as eleições. Mais ocupados com as preocupações de sempre, Evo Morales e Hugo Chávez ofuscaram Obama e McCain. Com o resto de brilho que sobrou, os candidatos ainda fizeram render os ataques do Washington Post à Sarah Palin. Apesar da aparente vitória que a candidata teria nas urnas, Obama é o queridinho no resto do mundo. Uma pesquisa em 22 países teria apontado o candidato com 49% de apoio.

Para quem não acompanhou a evolução da campanha, a Folha online conta com um histórico invejável de publicações, perfis, rumores, intenções de voto, históricos, opiniões sobre os candidatos, tudo. Quando você já estiver cansado de ler, desça mais um pouquinho e ache um “leia mais”. Poucos elementos visuais, mas sempre atualizada com notícias em formatos menores e informações precisas.

Como o duelo é de titãs, o G1, portal online da Globo, faz das eleições um novo Big Brother. Embora o caminho seja mais longo para ter acesso às informações - diferente da Folha que linka direto da home -, o investimento vale a pena. Você procura na home. Clica em Mundo. Clica em Cobertura completa das eleições americanas blábláblá. Clica ali. Mais ali. Quase desiste e... achou. Eis o verdadeiro oásis das eleições nos EUA. Os números mais recentes, a disputa nos estados, imagens antigas dos candidatos – Obama como um dos Jacksons Five e McCain um partidão hollywoodiano -, a trajetória dos candidatos, vídeos, fofocas, tudo. Um passo a passo completo, e cada pegada com sua respectiva foto. Isso é a Globo.

Grampos, escutas e tesouras

Por Anônimos da Silva


Concordamos que o Congresso está sempre agitado, pelo menos das segundas às quartas-feiras, quando tem alguém trabalhando por lá. Mas ultimamente, os corredores de lá se agitam com a CPI dos Grampos, não o de cabelo, claro. Ao contrário do seu primo capilar, o grampo telefônico salta para um universo de agentes da PF, ABIN e por fim, a imprensa (leia-se todo o resto do mundo), uma conversa que deveria se restringir a apenas duas pessoas, localizadas em cada uma das pontas de uma linha de telefone. E daí surgem aquelas matérias nos telejornais que mostram diálogos exibidos com legendas ipsis litteris do que está sendo dito - coisa que particularmente adoro, principalmente quando a conversa é entre traficantes que falam “abacaxi” querendo dizer “vinte quilos da mais pura cocaína boliviana”.

Voltando ao colarinho branco (no caso de Protógenes Queiroz, uma camisa de feira com paletó improvisado), a ABIN está sendo encurralada por todos os cantos para explicar as dúzias de grampos feitos nas mais diversas investigações. Por incrível que possa parecer, a Globo não apontou o dedo na cara de ninguém acintosamente, limitando-se a contar as notícias mais fresquinhas das investigações. Gilmar Mendes posa como o mais ofendido dos seres humanos, e o Jornal Nacional lhe dá todo o espaço possível. Entre os dias seis e dez de setembro (o assunto foi ignorado dia 11) o JN foi mostrando os desdobramentos do caso. Relatou o depoimento do ex-diretor da ABIN, Paulo Lacerda e o envolvimento do Delegado Protógenes - parece nome de personagem de novela da plim-plim, concorda? – da Polícia Federal, que foi envolvido no caso e não sai dos holofotes da imprensa desde a “Operação Satiagraha”, por mais que sua falta de jeito com as câmeras entregue que ele prefere ficar fazendo seus cursos da PF sem ser notado. Só para fechar o comentário sobre o Jornal Nacional, o depoimento de Lacerda, que parecia ser o grande barato da coisa toda, foi mostrado quase que como um detalhe. Do depoimento do ex-diretor, saiu apenas que ele afirmou que a ABIN não tinha equipamentos específicos para fazer escutas telefônicas. Pouco ou nenhum destaque para um fato aparentemente tão importante para o caso.

Ainda dentro do Império dos Marinho, o impresso O Globo foi contemporizando até os limites do enjoativo, contando as notícias retamente, sem pôr lenha na fogueira, sempre afirmando que fulano negou isso, cicrano negou aquilo...

A Folha de S. Paulo, por sua vez, cobriu intensamente o caso, chegando a interferir diretamente nas investigações, com sua cobertura. Se Tarso Genro, Ministro da Justiça, gosta de ver seu nome no jornal, a Folha lhe deu um prato cheio. Suas declarações tiveram destaque no impresso, que, de longe, fez uma cobertura mais completa e redondinha.

A versão menos popular do Jornal Nacional, o Jornal da Record, tentou contar toda a história da humanidade com os grampos telefônicos em um minuto e meio em cada edição. O telejornal do Bispo tentou socar todas as informações possíveis em um espaço curto de tempo, muito mais curto do que o assunto merecia. Acabou falando tudo e não atingiu o público em nada. Como diz o cantor e compositor brega Falcão, “ou é ou deixa de é”. Nesse caso, a Record não foi nem deixou de ir.
Pra piorar a situação, o repórter usava um tom de voz tendencioso, não parecendo se importar se o leitor tem um cérebro totalmente formado e quer tirar suas conclusões sozinho.

Para o público que cola o ouvido no radinho, a CBN cobriu com eficiência e conseguiu o que a Record não chegou nem perto. Em poucos minutos de matéria, as informações foram bem explicadas, bastante atuais e sem puxar a sardinha pro gato ou pro cachorro.

Resumindo, leia a Folha escutando a CBN que você estará catedrático em grampos telefônicos em pouquíssimo tempo.

O mundo pega fogo e (quase) ninguém fica sabendo

Por Amilton Leandro, Erik Lima, Nathalia Frensch, Raquel Bernardes e Marcelo Brandão.
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Deus sabe como eu gostaria de ter assistido a matéria do dia 15/09, no site do DFTV 2ª Edição sobre os incêndios causados pela forte seca no DF. Que Heráclito Fortes, o Jabba brasileiro, morra se não for verdade. Não foi disponibilizado nenhum vídeo na Internet. Infelizmente a “matéria” que achei foi só uma notinha pequenininha no site sobre um foco de incêndio – já controlado pelos bombeiros - em uma área próxima a Taguatinga. Foi uma nota tão pequena que se eu resumir para vocês vai sobrar só um punhado de letras, e se eu copiar aqui a Globo pode me acusar de plágio, e não quero mais processos na minha vida. Já basta um que estou respondendo por conta de uma confusão em um inferninho em Guadalajara. Mas isso não vem ao caso no momento. De qualquer forma, a cobertura deste dia foi tão superficial quando os pensamentos e preocupações de Paris Hilton. Em menos de quatro linhas completas, a notícia foi dada, sem qualquer aprofundamento. No dia 17, o DFTV dedicou-se um pouco mais ao assunto. Com mais informações, mas nenhuma grande cobertura. Satisfatório, apenas. A primeira edição do jornal deixou passar batido a pauta, ficando a cargo da segunda edição.

O jornal local da Record fez uma cobertura com um viés diferente. No dia 10/09 destacou aqueles prejudicados pelos incêndios dos quais nem ouvimos falar: os animais. Em determinado momento chegam a mostrar um tamanduá morto, queimado. Uma cena não muito agradável, diga-se de passagem. Só que à medida que a matéria vai se desenvolvendo, o lead vai pro saco, mudando misteriosamente. Deixa de ser os incêndios para se tornar unicamente os animais. Assim, começaram a falar dos atropelamentos a animais e as queimadas viraram história.

Nosso moderno sistema de monitoramento de rádios, que consiste em ficar mudando de uma estação para outra freneticamente até achar algo que preste, identificou apenas uma matéria que tratava do assunto. Foi no jornal Bandnews FM, em sua edição noturna. A galera do Saad deu uma matéria apenas, mas foi boa, completinha.

O Jornal de Brasília, famoso por ser infame, dedicou-se um pouco mais ao assunto. Praticamente todos os dias da semana compreendida entre os dias 15 e 19/09 trataram do assunto. Mas também não foi nenhuma cobertura digna de Prêmio Esso. Entrevistou alguns bombeiros e atribuiu o problema à falta de preparo dos fazendeiros, sobretudo. A característica especial ficou nas capas mais bem elaboradas que a própria matéria, com destaque para o dia 17, que publicou uma foto bem grande na frente, mas a matéria em si não ocupou nem meia página. Algo muito parecido com os programas que o SBT lança. Fazem um grande estardalhaço antes da estréia e quando você vê não é nada de mais.

O Correio Braziliense também não esqueceu o assunto. Não fez uma grande reportagem – o que ninguém fez, na verdade -, preferindo cobrir o assunto com doses homeopáticas ao longo da semana. Ainda assim algum destaque foi dado à dobradinha clima seco + irresponsabilidade = queimadas. Um jornalismo meio ambiental, meio público; um feijãozinho com arroz, que é meio obrigatório nesses casos. No dia 17, porém, o correio fez uma retrospectiva dos últimos 18 dias de seca e chamas. Cobertura positiva para o Correio, que um dia chegará ao nível da Folha e do Estadão. Podia ser melhor, mas está no caminho certo. Avante, filhos de Chateaubriant! Um dia acabaremos com a supremacia dos “mano”!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Irã faz novo teste com mísseis de médio e longo alcance

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Agência Estado

O Irã voltou a realizar nesta quinta-feira (10) testes com mísseis no Golfo Pérsico informou a televisão estatal da república islâmica. Na quarta (9), a Guarda Revolucionária iraniana testou nove mísseis de longo alcance perto do Estreito de Ormuz, uma pequena faixa de água por onde passa 40% do suprimento mundial de petróleo. Os testes de hoje incluem os foguetes Fateh (conquistador) e Zelzal (terremoto), de médio alcance, assim como o Shihab-3, de longo alcance.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse antes dos novos testes que os "Estados Unidos defendem a segurança da população no Golfo Pérsico" e farão "o possível para que o Irã não tenha a chance de ameaçar seus aliados".

Depois de se reunir com o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, Rice assinalou em entrevista coletiva em Tbilisi que os Estados Unidos empreendem medidas para que o "Irã leve em conta a opinião da comunidade internacional". "O Irã deveria voltar às negociações no formato vigente, já que as ameaças aos Estados Unidos e a outros países não fornecem nada de bom a ninguém", declarou a chanceler americana.

Os mísseis testados ontem têm alcance de até 2 mil quilômetros - suficiente para atacar Israel e bases dos Estados Unidos no Oriente Médio.
O ministro da Defesa iraniano, Mostafa Najjar, afirmou que os mísseis testados ontem têm um objetivo "puramente defensivo". "Nossos mísseis não serão utilizados para ameaçar nenhum país e seu único objetivo é repelir aqueles que tentem atacar o Irã. São para defender a paz no Irã e no Golfo Pérsico", indicou.

O general Hossein Salami, comandante da força aérea da Guarda Revolucionária, afirmou ontem que os testes tiveram como objetivo "mostrar nossa determinação e poder contra os inimigos, que nas últimas semanas ameaçaram o Irã com uma linguagem dura".

Os novos mísseis testados têm capacidade de alcançar o território de Israel, a Turquia, a Península Arábica, o Afeganistão e o Paquistão. "Teremos sempre o dedo no gatilho e nossos mísseis estão prontos para ser lançados", disse Salami à agência oficial Irna.

Senado aprova nova lei contra crimes na Internet

O projeto de lei que tipifica os crimes cometidos pela Internet foi aprovado, na noite de ontem, pelo Senado. O objetivo da proposta, vinda da Câmara dos Deputados, é criar base jurídica para processos contra ciberpiratas, disseminadores de vírus, pedófilos e outros praticantes de crimes no ambiente virtual.


Enviado por: Benildes

Para a aprovação, o Plenário do Senado propôs emenda para o PLC 89/2003. O novo texto considera crime o acesso a equipamentos ou redes com a violação da segurança de ambientes que tenham "proteção expressa". Da mesma maneira, será considerada criminosa a transferência, sem autorização, de dados e informações de unidades ou sistemas cujo acesso for restrito.

Também é considerado crime falsificar dados eletrônicos ou documentos públicos e particulares; criar, divulgar ou manter arquivos com material pornográfico contendo imagens e outras informações envolvendo crianças e adolescentes; praticar o estelionato; capturar senhas de usuários do comércio eletrônico; e divulgar imagens de caráter privativo.

Para o autor da nova redação, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), relator na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), "os brasileiros poderão ter com a futura lei um ambiente seguro em que desenvolver suas atividades no campo da informática.

"A matéria volta para a Câmara dos Deputados para que as mudanças sejam aprovadas.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Educação

Lula lança programa para vender notebook a professores por R$ 1 mil

Governo estima que mais de três milhões de educadores serão beneficiados.Compras podem ser feitas nos Correios e em bancos credenciados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta sexta-feira (4) um decreto que cria o projeto Computador Portátil para Professores. A medida permite que professores das escolas públicas e privadas comprem nas agências dos Correios e nos bancos credenciados um notebook por até R$ 1.000,00 à vista. Os educadores também podem financiar o valor em até dois anos.

O governo acredita que aproximadamente 3,4 milhões de educadores possam se beneficiar do programa, que conta com apoio de empresas de tecnologia. O projeto não atenderá professores fora da educação continuada, como cursos pré-vestibulares, escolas de música e de idiomas e academias de ginástica.

As agências dos Correios serão a responsáveis pela captação dos pedidos e entrega dos computadores no endereço indicado pelo professor. Cada professor pode comprar apenas um computador e o controle pelo CPF será feito pelos Correios também. Para efetuar a compra, o professor deverá ir a uma agência dos Correios ou aos bancos credenciados com documentos pessoais e os que provam sua condição profissional.

Quando a compra for realizada à vista, o equipamento será vendido exclusivamente nas agências dos Correios e entregue em um prazo de até 20 dias, dependendo da localidade de entrega. Para fazer o empréstimo, o professor deverá entregar os documentos exigidos nas agências dos Correios ou diretamente ao banco de sua preferência, desde que a instituição tenha aderido ao projeto. Após aprovação do banco, o pedido será remetido aos Correios, que encaminhará para a indústria e irá monitorar sua produção, passando a contar o prazo de 20 dias para entrega do equipamento ao comprador.

O início das vendas dos computadores ocorrerá a partir de setembro, começando pelas capitais. O intervalo entre a assinatura do decreto e o início das vendas será necessário para que a indústria, os bancos e os Correios se estruturem para atender com eficiência a demanda a ser gerada.

O computador deve ter no mínimo 512MB de memória, um disco rígido de 40Gb, tela plana de LCD, acesso à redes sem fio de Internet e software livre com mais de 27 aplicativos, além de programas específicos para a área educacional, entre outras características técnicas.

Economia

Inflação pelo IPC-S sobe em 4 de 7 capitais, aponta FGV
Preços na capital paulista sobem 0,91% na primeira prévia do mês, ante alta de 0,86% na leitura anterior
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ALESSANDRA SARAIVA - Agencia Estado

RIO - A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) apresentou elevação mais intensa de preços em quatro das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para cálculo do índice, na passagem do IPC-S de até 30 de junho para o índice de até 7 de julho. Isso ocorre após três semanas consecutivas de recuo da inflação nas principais capitais usadas para o cálculo do índice.

Na cidade de São Paulo, a inflação acelerou, no âmbito do IPC-S. Os preços na capital paulista subiram 0,91% na primeira prévia do mês do indicador, ante alta de 0,86% apurada na leitura anterior. Além de São Paulo, a aceleração dos preços também foi verificada em Belo Horizonte (de 0,36% para 0,50%); Brasília (de 0,85% para 0,92%) e de Porto Alegre (de 0,64% para 0,81%).

As outras capitais apresentaram desaceleração de preços. É o caso de Rio de Janeiro (de 0,65% para 0,61%); de Recife (de 0,90% para 0,65%) e de Salvador (de 1,08% para 1,04%).

Embora todas as cidades contribuam para cálculo do IPC-S, a capital paulista é a de maior peso na formação do resultado do índice. Na última terça-feira, a FGV informou que a primeira prévia de julho do IPC-S ficou em 0,79%, ante 0,77% na leitura anterior.
Veja também:

Brasil pode virar superpotência

Brasil está "em vias de virar superpotência", diz jornal
da BBC Brasil

08/07/2008 - 07h24

O Brasil está a um passo de entrar no grupo das chamadas superpotências, diz um artigo do principal jornal de economia e finanças da Europa, o "Financial Times" ("FT"), em sua edição desta terça-feira.

"Não é exagero dizer que o Brasil está em vias de adquirir o status de superpotência", diz artigo do "FT", que traz um caderno especial de seis páginas sobre o país.

O artigo, intitulado "Surfando em uma grande onda de confiança", enumera pontos positivos sobre o país, onde "as perspectivas, aparentemente, nunca foram melhores".

"Em uma época de crescente demanda global por alimentos e energia, o Brasil está em uma posição única", diz o jornal. "Já o maior produtor mundial de quase qualquer produto agrícola (...) inclusive álcool feito da cana-de-açúcar, o Brasil é o quarto maior fabricante de veículos e logo se tornará um importante exportador de petróleo."

O país é descrito ainda como "um grande ímã para investimento estrangeiro direto", e a sociedade brasileira está se transformando à medida que "a renda aumenta e as iniqüidades diminuem". A Bolsa Família e o impacto de ações para combater a sonegação fiscal são citados como elementos positivos.

Os autores do artigo, os jornalistas Jonathan Wheatley e Richard Lapper, afirmam que este quadro se tornou possível "por reformas realizadas nos últimos 15 anos e que frutificaram durante os últimos anos".

"Sem garantia"

O status de superpotência parece alcançável, mas o país deve ter em mente "que ainda não chegou lá" e que essa posição ainda "não está garantida", alerta o jornal.
"A infra-estrutura do país é uma bagunça", afirmam, destacando a "inadequação" dos sistemas públicos de saúde e educação, a burocracia enfrentada por empresas entre outros problemas.
O jornal elogia a estabilidade alcançada pela economia brasileira. "As bases da nova prosperidade do Brasil forma lançadas na administração de [Fernando Henrique] Cardoso e criticadas ruidosamente pelo PT, então oposição. Mas no governo, [Luiz Inácio] Lula da Silva e seus assessores viram o valor, especialmente para os pobres, da inflação baixa e de uma economia estável."

O artigo diz que algumas das prioridades previstas no governo de Fernando Henrique Cardoso, "especialmente a reforma dos sistemas de aposentadoria, impostos e de trabalho ainda devem ser feitas" e estariam aí alguns dos "grandes desafios" a serem enfrentados pelo país.
"O modelo do caro setor estatal do Brasil ainda é um obstáculo para o desenvolvimento', diz o "FT".

O suplemento do "Financial Times" traz ainda artigos sobre o impacto da estabilidade econômica duradoura sobre muitos brasileiros e a exploração de petróleo.

Violência urbana

Em artigo intitulado "Esforço para reparar uma reputação violenta", o jornal diz que 'entre 1993 e 2003, a média de pessoas mortas a cada ano por ferimento a bala foi 32.555, de acordo com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)".
"Isso supera o número anual de mortes em conflitos na Tchetchênia, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Argélia e até a primeira guerra do Golfo", diz o texto, que ressalta, contudo, que "inesperadamente a incidência de homicídios está caindo".

"As razões para a tendência de baixa são variadas", diz o artigo, que cita análise de Julio Jacobo Waiselfisz, autor de Mapa da Violência, um estudo financiado pelo governo sobre os homicídios.
A expansão da economia, aumento de salários, baixo índice de desemprego, programas mais amplos de assistência aos mais pobres e maiores restrições para a venda de armas introduzidas em 2003 também são apontados como fatores por Waisenlfisz, de acordo com o "Financial Times".

Um texto sobre a Amazônia diz que "há uma vontade maior de endurecer com exploradores ilegais de madeira e em combater a corrupção".

O tema de sucessão presidencial também é abordado. São apresentados os perfis de quatro dos supostos candidatos mais destacados: José Serra, Aécio Neves, Dilma Roussef e Ciro Gomes.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O Futuro da telecomunicação


BRASILTELECOM INOVA COM TELEFONE ÚNICO WI-FI

Produto inédito no mundo permite receber e originar chama das de números fixo e móvel a partir

de um único aparelho celular, que seleciona a menor tarifa para o cliente

Brasília 24 de junho de 2008_ A Brasil Telecom inova mais uma vez e lança o Telefone Único Wi-Fi, produto sem precedentes no mundo e que permite integrar o número de telefone fixo a até três aparelhos móveis compatíveis com a tecnologia Wi-Fi. O Telefone Único é um celular que funciona como a extensão do número da casa ou do escritório, onde quer que o cliente esteja.

Agora, mesmo no exterior, o usuário terá liberdade para fazer ligações, usando sua linha fixa ou móvel, como se estivesse em sua própria casa ou escritório. Isto porque, mesmo em roaming nacional ou internacional, não será cobrado adicional de chamadas nem deslocamento quando os aparelhos estiverem conectados a uma rede Wi-Fi. Além disso, o novo Telefone Único acessa a Internet e integra todos os benefícios dos serviços inteligentes tanto da linha fixa, quanto da móvel em um único aparelho.

“O Telefone Único Wi-Fi é uma evolução do Único CTP, lançado em 2006, que foi o primeiro produto convergente do País a unir as vantagens da telefonia fixa e da móvel. A novidade é que agora o ponto de acesso não é mais restrito a casa ou ao escritório, pois ele expande as vantagens do Telefone Único para qualquer lugar do mundo onde haja uma rede Wi-Fi”, explica o diretor de Marketing da Brasil Telecom, Dalton Hayakawa.

Outro diferencial do Único Wi-Fi é que um mesmo número fixo poderá ficar conectado a até três celulares. As ligações feitas para o fixo serão transferidas automaticamente para os aparelhos Único cadastrados, caso a chamada não seja atendida após o quinto toque. A ligação recebida em um dos telefones poderá, ainda, ser transferida para os outros celulares integrados sem que isso gere custo adicional ao cliente. Os três celulares e o terminal fixo também poderão originar chamadas ao mesmo tempo a partir do número fixo cadastrado, o que é uma inovação.

“Com o Único Wi-Fi o cliente tem todas as facilidades convergentes do Único CTP, só que agora ao invés de levar o celular para dentro de casa, pode ter as vantagens de seu telefone fixo em qualquer lugar do mundo”, reforça Dalton. “Na Brasil Telecom, o cliente ganha mais e a vida dele também”, completa.

Com capacidade para oferecer serviços fixo e móvel de voz e de dados em um único aparelho por meio da tecnologia Wi-Fi/SIP, o novo Telefone Único da Brasil Telecom pode ser coneCom capacidade para oferecer serviços fixo e móvel de voz e de dados em um único aparelho por meio da tecnologia Wi-Fi/SIP, o novo Telefone Único da Brasil Telecom pode ser conectado a qualquer rede sem fio. O aparelho é vendido totalmente configurado. Nas redes públicas de Wi-Fi da BrT o acesso será automático e o usuário poderá se conectar gratuitamente à Internet, sem precisar de provedor e com a possibilidade de fazer downloads ilimitados. Nas demais redes, será preciso fazer uma autenticação.

Além disso, os clientes do Único Wi-Fi contarão com funcionalidades exclusivas, como a agenda unificada, e os serviços inteligentes, como a secretária virtual integrada, que será gratuita no pacote promocional até janeiro de 2010. Para adquirir o Telefone Único, basta possuir uma linha fixa e uma linha pós-paga móvel da Brasil Telecom. No lançamento, o aparelho disponível será o HTC S621, mas a Operadora já está homologando outros modelos.

Assim como o Único CTP, esse novo produto foi desenvolvido dentro dos padrões e protocolos de mercado no âmbito da FMCA (Fixe and Mobile Convergence Alliance).

Para mais informações, é só ligar para os telefones 105-3 (móvel) ou 103-14 (fixa)

CCTCI vai debater uso da internet em campanha eleitoral

20/06/2008

A poucos dias do início oficial da campanha para as eleições municipais de 2008 (liberada a partir de 6 de julho), ainda são muitas as dúvidas sobre a regulamentação da divulgação de propaganda eleitoral por meio da internet.

Para tentar esclarecer algumas dessas questões e debater como deve ser o uso da rede mundial de computadores durante a campanha para as eleições municipais, a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática vai realizar no próximo dia 1º de julho, uma audiência pública sobre o assunto.

Segundo o presidente da Comissão, deputado Walter Pinheiro (PT-BA), a audiência pública será uma oportunidade para diminuir o ambiente de incerteza e insegurança no que diz respeito ao arcabouço legal sobre a propaganda eleitoral via internet.

Para o autor do requerimento que motivou o debate, deputado Julio Semeghini (PSDB-SP), a opinião de especialistas no assunto pode ajudar não apenas a entender melhor as regras que devem valer não só para as eleições que se aproximam mas também para o aperfeiçoamento da legislação sobre o tema.

Foram convidados para a audiência pública o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Ari Pargendler; o diretor-presidente do IG, Caio Túlio Costa; o professor do Instituto de Ciência Política da UnB (Universidade de Brasília), David Fleischer; o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), Carlos Manhanelli; e o advogado Fernando Neves, ex-ministro do TSE.

A audiência está prevista para o dia 1º de julho, às 14h30, no plenário 13.

fonte: Câmara dos deputados

Senadores recebem denúncias de violência policial no RS

A violência de Estado contra os movimentos sociais foi tema da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, nesta terça-feira (24). No encontro, os senadores, os deputados federais e estaduais assistiram ao vídeo com treze atos de violência, agressão e repressão aos movimentos sociais. O deputado Dionilso Marcon (PT) relatou a violência e a brutalidade utilizada pelo comando da BM contra os manifestantes no dia 11 de junho, no Parque da Harmonia e em mais 12 eventos recentes. No relato, o comandante da BM declarou publicamente que os manifestantes eram baderneiros e o comando da BM impediu que prosseguissem até o Palácio Piratini, aonde ocorria uma grande manifestação contra a corrupção no governo Yeda.

O ponto alto da audiência foi a divulgação da ata do Conselho Superior do Ministério Público que deliberou a formulação de uma política de intervenção do MP pelo fim do MST, de suas escolas, pela investigação do Incra, da Conab e da Via Campesina. Em determinado trecho o MP indica a investigação e a criminalização do MST. O documento de três páginas sugere o impedimento de marchas, de deslocamentos dos agricultores, assim como a desativação de acampamentos. Também sugere o cancelamento do alistamento eleitoral dos agricultores sem terra nas regiões em conflito e a formulação de uma política oficial do MP com a finalidade de “proteção da legalidade no campo”.

Segundo o deputado Marcon a divulgação do documento do MP e as ações da BM comprovam que a Constituição Federal está sendo violada. Segundo ele, o documento descoberto pelos movimentos sociais aponta vários níveis gradativos de repressão: O primeiro, segundo a denúncia dos movimentos, seria a identificação, grampeamento telefônico e de mails de manifestantes, lideranças e de parlamentares; o segundo, com a prática de violência com o uso de gás e balas de borracha, tropas de choque, prisão de manifestantes; num terceiro e último estágio seria a proibição de existência legal de associações e a mudança na legislação penal.

Presente na audiência, o bispo de Santa Cruz do Sul , Don Sinésio Bohn afirmou que a Igreja está ao lado dos pobres, assim como Jesus Cristo o fez e que por isso estava ali junto dos trabalhadores. Os senadores receberam o documento com as denuncias e ficaram perplexos com as imagens de violência e com as declarações do comando da BM e da governadora sobre a operação no Harmonia.

A deputada Federal Maria do Rosário (PT) afirmou que o documento do MP sugere a suspensão da Constituição e de direitos fundamentais da cidadania e dos direitos Humanos.O MP deveria investigar os R$ 650 mil desviados pela Confederação Nacional da Agricultura que utilizou os recursos na campanha dos ruralistas da senadora Kátia Abreu”, destaca Rosário. Outro absurdo do documento do MP , segundo Rosário, é a sugestão de cancelamentos do direito de voto dos eleitores do MST nas áreas de acampamento. A coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) no Rio Grande do Sul divulgou nota oficial, na semana passada, denunciando as recentes ações da Brigada Militar e os argumentos utilizados pelo Ministério Público gaúcho para a execução do despejo de dois acampamentos no interior do Estado. Segundo a nota, “os métodos e argumentos do Ministério Público e da Brigada Militar ressuscitaram a ditadura militar no Rio Grande do Sul".

Fizeram parte da diligência o presidente da CDH, senador Paulo Paim, o senador José Nery, senador Flávio Arns, membros da CDH da Assembléia Legislativa do Estado e da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A programação será a seguinte:
9h- audiência com representantes dos movimentos sociais na Assembléia Legislativa do Estado; 13h - audiência com o comandante da Brigada Militar, Coronel Paulo Roberto Mendes; 14h – audiência com o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, José Francisco Mallmann.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Trabalho de Fotojornalismo (Trabalho final)

Grupos com 4 componentes


1) Pesquise e escolha um fotojornalista que vocês admirem (brasileiro ou estrangeiro) e resuma em 10 linhas a trajetória de vida dele.

2) Separe 10 fotos desse fotojornalista e faça uma análise técnica (filme/ângulo/objetiva/enquadramento/iluminação etc.) de cada uma dessas fotos.

3) Sintetize nos slides e contem para turma quais foram as possíveis influências que esse fotojornalista teve.

4) Descreva o significado (conceito/sensação) que esse fotojornalista imprime em cada uma de suas fotos.

5) Faça 10 fotos (ensaio/digital/ alta resolução) que possam ser embasadas no trabalho desse fotojornalista.


6) Imprima em papel fosco (30 x 50) as duas melhores fotos desse ensaio e coloque uma etiqueta atrás da foto com o nome dos integrantes, nome da foto, lugar onde foi tirada, ISO , abertura (diafragma) e tempo de exposição (obturador).

Obs:

1) Os trabalhos serão apresentados em sala e cada grupo terá, no máximo, 20 minutos para a exposição;

2) As apresentações serão no dia 09/06;

3) Não poderão ser analisados os fotojornalistas que foram previamente estudados em sala;

4) O CD, com o trabalho, além das duas fotos impressas (30 X 50), devem ser entregues ao final da apresentação.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Até onde o jornalista pode ir para conseguir uma reportagem?

A pergunta foi lançada na última Newsletter da Escola de Comunicação: casos como a prisão do jornalista Roberto Cabrini podem trazer a reflexão sobre o tema.

Escutas telefônicas não autorizadas, compra de armas e drogas. Até onde pode chegar um jornalista para cumprir uma pauta? Essa pergunta se faz presente, principalmente, no jornalismo investigativo. Quais são os limites de uma reportagem?

Alguns casos podem trazer a reflexão sobre o assunto. Como o ocorrido mês passado com Roberto Cabrini. O jornalista foi encontrado na periferia da zona sul de São Paulo, no dia 15/04, com 10 papelotes de cocaína. A policia o deteu por tráfico de drogas e porte de entorpecentes.

Cabrini afirmou que a droga foi “plantada” em seu carro, fazendo parte de uma armação, e que fazia uma reportagem investigativa sobre tráfico de drogas, a mesma versão foi dada pela rede Record, emissora em que trabalha. No dia 17/04, a Justiça de São Paulo concedeu habeas corpus ao jornalista.

Outro caso, que aconteceu há nove anos, foi o do repórter Silvio Carvalho, do jornal A Gazeta, do Mato Grosso. Carvalho comprou um revólver no comércio clandestino de armas em Cuiabá. O repórter se passou por um “cliente” comum. Disse ao vendedor que tinha sido assaltado e por isso buscava uma arma para se defender. A chefia de reportagem o orientou a encaminhar o revólver ao Fórum Criminal. Menos de uma hora após a compra, Carvalho entregou a arma ao juiz Rondon Bassil.

O recurso não foi favorável. O jornalista foi punido com medidas como, não poder sair de casa após as 23h, não passar mais de 30 dias fora de Cuiabá, doar cestas básicas a uma instituição de caridade pelo período de seis meses, e, além disso, comparecer uma vez por mês ao Fórum Criminal para comprovar o cumprimento da sentença. Carvalho foi acusado de porte ilegal de arma. Segundo ele, a intenção era denunciar a venda fácil de armamentos ilegais.

Para Fernando Molica, diretor da Associação Brasileira de jornalismo investigativo (ABRAJI), é difícil estabelecer regras diante de situações delicadas. Para ele o jornalista tem que respeitar os limites, mas a regra é o bom senso. “O jornalista deve avaliar o custo-benefício e nunca tomar decisões individuais, mas junto com a chefia de reportagem”, afirma.



A Escola da Comunicação lançou algumas perguntas pertinentes no site, e alguns jornalistas responderam.


independente de qualquer circunstância, qual o limite que um repórter deve impor para cumprir sua pauta? A maioria acredita que o repórter nunca deve ultrapassar os limites da lei. Confira algumas:

“O bom profissional é aquele que defende o seu trabalho com unhas e dentes, abraça a carreira e respeita a empresa em que atua. Se é necessário andarmos com droga ou adquirir um fuzil AR-15 para que o nosso trabalho seja concluído com bons resultados e profissionalismo, então... que se faça!”
Marcelo Ono, repórter

“A maioria espera que nós resolvamos o problema e não os competentes. Por isso, sentimos que devemos agir como super heróis e ir além do que deveríamos ir em princípio (...) E como é sabido, mexer com gente sem escrúpulos nos deixa fragilizados e sabemos que se colocarmos o dedo na ferida estamos sujeitos a sofrer penalidades...”
Ludmila Bahia, diretora de jornalismo, NTV

“Se envolver no crime, ou qualquer outra situação transgressora de forma supervisionada e protegida é ofício da polícia, dos que lidam com a imposição da Lei. Jornalista tem o dever de noticiar, denunciar, mas investigar a ponto de se envolver de forma escusa não concordo”
Patrícia Xavier, assessora da Câmara de vereadores de Timbó, SC

“Acho que para investigar, infelizmente, por um momento é preciso fazer parte da história, mas acredito que a investigação não acaba com a denúncia. A segunda parte, a pós-matéria ou a pós venda, não acontece na maioria das vezes”
Sheila da Silva, repórter, Rádio Bandeirantes

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Diagramação do jornal

A Clemence estará ajudando todos os alunos somente nos dias de "segundas, quartas e sextas-feiras".
Lembrando que ela fará uma lista em "públicos", onde terá uma pasta pra cada repórter. Dentro dela, se encontrará uma cópia da página diagramada do jornal. É necessário que o aluno trabalhe somente com a página indicada, uma vez que ela estará com toda a formatação correta. Todos os documentos correspondentes ao jornal deverão ser colocados na pasta de diagramação. As fotos devem ser salvas normalmente na pasta da professora Rose May.


Qualquer dúvida ligue para Clemence:
9681-8777
ou mande um e-mail para jornalistass@gmail.com e olivieira.gut@gmail.com

segunda-feira, 5 de maio de 2008

JANIO DE FREITAS - Imprensa com ou sem lei




O jornalismo tem direitos e, acima deles, tem ainda seus típicos e onerosos deveres sociais, cívicos e morais

A IDÉIA DE que a liberdade de imprensa depende da inexistência de regulamentação legal específica, seja ou não voltada só para a imprensa, foi levada por seu mais ativo defensor atual, deputado Miro Teixeira, a uma inovação conceitual que nada tem, ou teve, sequer de parecido aqui ou mundo afora.


Já autor da ação que provocou a recente e temporária suspensão de parte da Lei de Imprensa em vigor (o julgamento final da ação ainda não tem data no Supremo Tribunal Federal), Miro Teixeira apresentou sua nova proposta na 3ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa: além da ausência plena de dispositivo legal sobre exercício da imprensa, devem ficar impedidos de processar jornalistas, sob alegação de dano moral e outros, todos os que exercem função pública. Sejam autoridades governamentais, parlamentares, servidores concursados ou não, lideranças religiosas ou classistas, entre tantos.


A inovação não se encerra aí. Também os procedimentos de defesa, por quem se considere atingido, deixariam de conter o direito de resposta e a eventual publicação da sentença condenatória. Ao pretenso ofendido caberia, se quisesse, oferecer-se a uma entrevista e, por esse ou por modos equivalentes, disputar com o noticiário a publicação de sua defesa.


Estou entre os que acham, mais do que necessária, indispensável a existência de legislação reguladora do exercício da imprensa e, portanto, da sua contraparte, que são os objetos (pessoas e atividades) do publicado. A preservação da liberdade de imprensa e dos direitos democráticos não está na existência de regulamentação, mas no seu sentido e nos propósitos e nas abrangências que estabeleça. Dá uma idéia desse princípio a lembrança de que, assim como os objetos da imprensa têm direitos, o jornalismo também os tem e, acima deles, tem ainda os seus típicos e onerosos deveres sociais, cívicos e morais. Direitos e propósitos contrapostos requerem regulação e, às vezes, a mediação que é o Judiciário.


O impedimento de procedimentos judiciais de defesa, justificada ou não, por parte de "agentes da vida pública" começa por estabelecer uma diferenciação antidemocrática nos direitos gerais da cidadania, com a criação da subclasse dos indefesos morais. Em nome da liberdade, introduz a discriminação no acesso aos direitos civis. É, na relação entre imprensa, direitos e sociedade, o regime totalitário às avessas mas tão totalitário quanto em sua modalidade convencional.


Mais para não ser faltoso, do que por necessidade, fica aqui o registro de que, a deixar a pretensa defesa na disputa por espaço no noticiário, ou seja, à vontade da imprensa, todos sabem que a regra mais adotada seria a de mais ataque e nada de defesa. Originário da imprensa, que foi sua rampa de acesso aos primeiros mandatos, o deputado Miro Teixeira talvez esquecesse, mas sabe que seria assim.


É constrangedor dizer isto, mas aí vai: o problema para ter-se imprensa séria e democrática é a contenção das tantas irresponsabilidades. Não é o caso, aqui, de considerar suas diferentes procedências ou possíveis motivações. Mas impedir o direito de defesa de "agentes da vida pública", a título de impedi-los de "ocultar, intimidar e impedir investigações", seria liberar todas as irresponsabilidades. E, em alguma medida, seria mesmo abrir as portas para chantagens e negócios sujos.
O assunto imprensa é mais complicado, sob todos os ângulos, do que parece. Mais complicado para dentro e para fora da imprensa


segunda-feira, 28 de abril de 2008

Debate sobre Cidadãos Jornalistas


Bem, está a decorrer no site do The Guardian um interessante debate entre Jeff Jarvis e Michael Tomasky sobre se os novos “cidadãos-jornalistas” devem ter as responsabilidades dos jornalistas ou os direitos dos cidadãos.

Uma entrevista no site da Público, Jeff Jarvis fala sobre o cidadão jornalista. Acesse o link:
Jeff Jarvis: No jornalismo, as boas ideias são do público

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A arte do fato

Fonte: Blog de Daniel Piza

Em tempos de imprensa fofoqueira e leviana, nada melhor do que ler os maiores jornalistas da história. A editora José Olympio acaba de publicar no Brasil O Grande Livro do Jornalismo, editado por Jon E. Lewis (tradução de Marcos Santarrita), com o que chama de "55 obras-primas dos melhores escritores e jornalistas". Com exceção de Charles Dickens (sobre uma decapitação em Roma em 1845), Winston Churchill (sobre sua fuga da guerra na África do Sul em 1899) e alguns outros eleitos como precursores, além do hors-concours George Orwell (trecho de The Road to Wigan Pier), os textos são quase todos de jornalistas americanos. Conheço antologias melhores, como The Art of Fact (editado por Ben Yagoda, 1998), mas em português, não.

Há famosos como Jack London testemunhando o terremoto de São Francisco, John Reed cobrindo a Revolução Russa, John Hersey visitando Hiroshima um ano depois da bomba, John dos Passos na Marcha da Fome de 1931, William Shirer sobre a rendição francesa aos nazistas, Seymour Hersh revelando o massacre de My Lai e Hunter Thompson na Convenção Republicana de 1972. Mais importante, há desde crítica literária (Dorothy Parker defendendo os contos de Hemingway) até textos sobre esportes (Jonathan Mitchell sobre o boxeador Joe Louis) e relatos pessoais de viagem (Jon Krakauer e sua escalada), além de artigos e miniensaios (Norman Mailer sobre Bob Kennedy).

Isso tudo contrasta com o que ainda se pensa no Brasil sobre o que é ou não jornalismo. Há vários tipos de reportagem, das mais diretas às mais interpretativas, e jornalismo de opinião é, claro, jornalismo. O volume também serve para lembrar como o jornalismo pode ser instrumento e experiência para escritores de ficção. Além de Dickens, London, Dos Passos e Mailer, estão ali Stephen Crane, John Steinbeck, Gore Vidal e outros. E entre os grandes jornalistas vivos, além de Hersh, o destaque é para Robert Fisk, único com dois textos (massacre de palestinos em 1982 e invasão do Iraque em 2003). Bom jornalismo faz história e sobrevive em qualquer suporte.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Fotógrafo brasileiro cria banco de imagens que refletem a paz na Web

Participe também


Um banco de imagens on-line apenas com fotos que transmitam ideais positivos é o mote do projeto "Imagens da Paz" (www.imagensdapaz.org.br), idealizado pelo fotógrafo Eduardo Barcellos e lançado oficialmente nesta última sexta-feira (18).

"O objetivo mais amplo do 'Imagens da Paz' é incentivar as pessoas a mudar a visão de mundo que elas têm", diz Barcellos, que reconhece ser difícil definir o que é uma "imagem positiva". "Queremos fazer debates a fim de formatar melhor o conceito, mas não acredito que a gente consiga chegar a um consenso sobre isso, é algo bastante subjetivo", opina.As fotografias do banco de imagens podem ser usadas gratuitamente por campanhas e ações promovidas por Organização Não-Governamentais (ONGs) e entidades sem fins lucrativos que tenham os mesmos ideais do projeto.

Segundo o fotógrafo, desde 2002 há a vontade de realizar o "Imagens da Paz", porém foram necessários alguns anos para conseguir colocá-lo em prática. Hoje, o projeto tem entre seus principais apoiadores a Organização Brahma Kumaris - ONG espiritual criada na Índia e ligada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) - e a agência Sambaphoto, que abriga o banco de imagens.

Inspirado em um projeto desenvolvido em Nova York chamado Imagens e Vozes da Esperança (www.ivofhope.org), até o momento o "Imagens da Paz" reúne fotógrafos profissionais como Cristiano Mascaro, Cássio Vasconcellos e Gal Oppido, mas Barcellos avisa que todos podem participar. "Basta que a fotografia seja coerente com o ideal do projeto e tenha qualidade técnica", explica.


Para ver mais fotos do projeto, selecione o link "Imagens da Paz" na área "Links Indicados" neste Blog.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Exposição Magnum, 60 anos.

Confira pelo link a exposição da Caixa:
http://www.caixacultural.com.br/html/main.aspx?idPrograma=403

Visitas marcadas pelo telefone (61)3206-9752

terça-feira, 15 de abril de 2008

Atividade especial - Rose May

 

Para a atividade de hoje (15/04).

Sobre o Lançamento de hoje, todos devem pesquisar:

1)Qual é a relevância do fotojornalista Luis Humberto em Brasília? Pesquise.

2)Em quais fotógrafos ele se inspirou ao longo da sua carreira? Por quê?

3)Caso ele tivesse que dar um conselho para um fotógrafo iniciante, qual seria?

4)Por que Brasília pode ser considerada uma cidade fotogênica?

5)Faça 10 fotos sobre Brasília sendo que duas delas devem ser embasadas em fotos do Luis Humberto.

Atividade Extra-classe

A Luz e a Fúria - Luis Humberto.

Local: Fenac - Parkshopping

Lançamento no dia 15 de abril, terça-feira, às 19h00, na FNAC, ParkShopping. Na ocasião, o fotógrafo comentará suas imagens, projetadas em telão. Uma oportunidade para que o público conheça parte da produção do artista sobre o poder, Brasília e o cerrado.

Dedicado ao fotógrafo que mudou a paisagem da cidade, terceiro volume traz antologia e fotos inéditas dos primeiros anos de
Brasília

Um presente de aniversário para Brasília: no dia 15 de abril será lançado o terceiro volume da coleção *Brasilienses*. Escrito pela jornalista Nahima Maciel, *Luis Humberto – A luz e a fúria* traça o perfil do fotógrafo e arquiteto carioca que reside em Brasília desde os primeiros anos da cidade. Luis Humberto tornou-se um dos mais respeitados profissionais da fotografia brasileira. Ele fez de Brasília tema e cenário para suas imagens, revelando muitas faces da identidade cultural da capital.

No primeiro livro da coleção, *Nicolas Behr – eu engoli brasília* (2004),  o poeta foi perfilado por Carlos Marcelo. No segundo, *Roberto Corrêa –* *Caipira
extremoso* (2006), Sérgio de Sá escreveu sobre o violeiro. Um dos objetivos da coleção é levar o leitor para dentro da alma da cidade, com inventividade
e ousadia. Mais uma vez, o ParkShopping, parceiro desde o primeiro número, é o patrocinador exclusivo de *Luis Humberto – A luz e a fúria*.

Além do perfil e de uma entrevista detalhada, assinada por Nahima Maciel e Carlos Marcelo, o livro apresenta ensaio fotográfico em preto e branco de autoria de Anderson Schneider, realizado na Universidade de Brasília. Traz ainda textos exclusivos produzidos por profissionais ligados às artes visuais brasileiras. A crítica de fotografia Simonetta Persichetti e o fotógrafo e professor da UnB Marcelo Feijó assinam ensaios teóricos sobre a produção fotográfica de Luis Humberto. Na orelha do volume, o cineasta Jorge
Bodanzky (*Iracema, uma transa amazônica*), ex-aluno da UnB, fala com lucidez e carinho sobre o professor que se tornou referência na defesa da
utopia original brasiliense. O arquiteto José Carlos Coutinho assina a apresentação do livro.

A edição contempla o leitor com 30 fotos inéditas de Luis Humberto. Realizadas entre 1970 e 1975, as fotografias mostram uma visão singular e poética das quatro escalas previstas por Lucio Costa para a capital:
monumental, gregária, bucólica e residencial. O livro também apresenta uma antologia das imagens mais representativas dos tempos de cobertura política
nos anos 1970, quando Luis Humberto fez história no fotojornalismo brasileiro ao expor o lado patético da liturgia do poder. O livro revela ainda a faceta de poeta – desconhecida pelo público – do fotógrafo, com a publicação de poemas inéditos.

No perfil, Nahima Maciel destaca Luis Humberto como figura que perpassa a história em todos os sentidos – político, cultural e do pensamento –, e também como personalidade de caráter veemente e instigante, que ama Brasília e critica com rigor os abusos que ela sofre. "Luis Humberto é um arquivo vivo do que é essa cidade", afirma ela.

Carioca, nascido em 1934, formado em Arquitetura, Luis Humberto veio para Brasília em 1961, onde descobriu a arte de fotografar. Ele começou sua
trajetória fotográfica junto com o início da cidade, e assim registrou momentos marcantes da história, como a arquitetura da então Cidade Livre (hoje Núcleo Bandeirante), a agitação da W3 Sul, o enterro de Juscelino Kubitschek e o movimento Diretas Já. Também enquadrou políticos, quase sempre com um olhar irônico e provocador. E fez da própria família tema especial para suas lentes.

Um dos fundadores da Universidade de Brasília, onde foi professor na Faculdade de Comunicação, ele é um dos pioneiros na reflexão sobre a linguagem fotográfica no Brasil, com livros e ensaios sobre o tema. Em sua
opinião, "Brasília ainda não está completamente explorada, a fotografia ainda se surpreende com a cidade".

sábado, 12 de abril de 2008

“IstoÉ” manipula foto para proteger Serra

Imagem de protesto do MST e do MAB contra a privatização da Cesp trazia a inscrição “Fora Serra”, que sumiu da foto publicada pela revista

07/04/2008

Marcelo Netto Rodrigues e
Renato Godoy de Toledo

da Redação

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A revista IstoÉ desta semana mostra – para poucos – que a campanha eleitoral já começou e de que lado está. Para proteger o PSDB e o governador de São Paulo, José Serra, a publicação, contrariando todas as regras do jornalismo, apagou a inscrição “Fora Serra” de uma foto feita durante um protesto do MST e do MAB contra a privatização da Cesp.

Mais que isso, o resultado visual inverte o significado da imagem que traz uma placa de trânsito “Pare”, como se quem devessem parar fossem os movimentos, e não as privatizações.

A adulteração de uma foto – passível de processo pelo detentor de seus direitos autorais, no caso a Folha de São Paulo – é plenamente possível hoje em dia com o uso de um programa para tratamento de imagens, como o Photoshop por exemplo, mas é prática condenada no meio jornalístico. O fato escancara o poder de influência camuflada que os meios de comunicação de massa tem para atuar como o que vem sendo chamado de “Partido da Mídia” (PM).

A foto adulterada, de autoria do fotógrafo Cristiano Machado, ilustra a matéria “ O MST contra o desenvolvimento” e mostra integrantes de movimentos sociais bloqueando a rodovia Arlindo Bétio, que liga São Paulo a Mato Grosso do Sul e Paraná, em protesto contra a privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), no dia 24 de março (leia reportagem).

A legenda diz “A exemplo do que ocorreu em São Paulo, em protesto contra a privatização da Cesp, os sem-terra prometem parar estradas em todo o país nos próximos dias”.

A reportagem assinada por Octávio Costa e Sérgio Pardellas criminaliza os movimentos sociais sustentando que “os sem-terra ameaçam empresas e investimentos que geram empregos e qualidade de vida”, sem mencionar que a Aracruz Celulose, a Monsanto, a Cargill, a Bunge e a Vale – citadas pela matéria como exemplos de empresas prejudicadas – respondem a acusações de destruição do meio ambiente, desrespeito aos direitos de povos tradicionais, como quilombolas e indígenas, e exploração de trabalhadores.  A matéria tenta desautorizar o MST como um ator político que vá além da luta pela reforma agrária. Diz que “desde 2006, o MST lidera ataques à globalização, ao neoliberalismo e às privatizações – algo que nada tem a ver com a sua luta original”.

Nada é por acaso

A editora Três, que publica a revista IstoÉ, é controlada pelo acionista majoritário do banco Opportunity, Daniel Dantas. O banqueiro tem ligações com fundos de pensões, além de uma participação ativa no processo de privatizações de estatais sobretudo durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.  Em 2007, Dantas superou a concorrência da Rede Record e comprou 51% das ações da editora Três, que estava à beira da falência.

O banqueiro tem uma trajetória de proximidade com outros partidos de direita como o DEM, sobretudo com o falecido político baiano Antonio Carlos Magalhães. Também foi sócio do publicitário tucano Nizan Guanaes. Por diversas vezes, foi alvo de investigações e respondeu a crimes como espionagem e formação de quadrilha. Quando estava à frente da Brasil Telecom, foi acusado de contratar a empresa Kroll para espionar a Telecom Italia.

Juiz condena revista 'Veja' a indenizar deputado petista

A  revista Veja foi condenada a reparar o deputado federal Carlos Abicalil (PT-MT) por danos morais. Foi o que deliberou o juiz de Primeira Instância da Comarca do Distrito Federal, Carlos Alberto Martins Filho.
A sentença favorável ao parlamentar foi publicada na última quarta-feira (9). Segundo o magistrado, Veja denegriu a imagem pública do deputado com informações levianas e injuriosas a respeito dele no texto "Não li e não gostei", na edição da revista de 11 de janeiro de 2006.

De acordo com o juiz, a Veja e o jornalista, autor da matéria, extrapolaram no direito de informar e noticiar fatos. "Não se limitaram à conduta marcada pela vontade de narrar", diz trecho da sentença. "Mas quiserem ofender."

"Ao noticiarem os fatos, com o uso de expressões injuriosas, fez a reportagem trabalho com menções e chamadas marcadas pela distorção", prossegue o despacho. "Nesse sentido, o que se percebe é que a liberdade de expressão e de comunicação caminha juntamente com o direito de ter as pessoas atingidas pelo trabalho jornalístico, de uma forma ou de outra, o acesso à notícia real, verdadeira e sem ser ofensiva ou lesiva."

Pela decisão do juiz, a revista terá que pagar indenização ao parlamentar, além de publicar a sentença na íntegra, quando transitada em julgado (decisão final). Caso haja recurso, o processo seguirá para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, onde será julgado em Segunda Instância.

Uma empresa injuriosa

A sentença contra Veja é mais um episódio de desmoralização da revista e da Editora Abril. Para a empresa, segundo o jornalista Luis Nassif, "o preço da injúria é, atualmente, de R$ 8,2 milhões que estão provisionados para o pagamento de ações cíveis de indenização por danos morais e/ou materiais decorrentes de matérias publicadas".

Na opinião de Nassif, mais de 90% dessas perdas se devem à Veja. O número não está disponível porque, segundo o jornalista, a Abril não informa "o que é passivo gerado pelas campanhas de Veja e o que é das demais publicações".

Nassif agrega: "Segundo o balanço da companhia, não há nenhum processo individual de valor relevante. Se não há, supõe-se que são inúmeros os processos abertos por calúnia, injúria e difamação".

Da Redação, com agências e Luis Nassif Online

quarta-feira, 9 de abril de 2008

'O bom jornalista nunca está completo', diz Miriam Leitão durante entrevista para a seção 'Voz da Experiência'

RIO - Ela circula entre presidentes, ministros, altos executivos. Viaja constantemente pelo país e para o exterior e não sai da ponte aérea Rio-Brasília. Visto assim, à distância, o cotidiano da jornalista Miriam Leitão parece ser puro glamour. Mas é feito de suor, estudo e disciplina, como ela conta na primeira entrevista da nova seção "Voz da Experiência", uma parceria da revista Megazine com O GLOBO ONLINE. A cada 15 dias, um profissional renomado de uma área diferente vai responder às dúvidas dos leitores sobre as carreiras. Eventualmente, o entrevistado pode ir além das perguntas.... - Ninguém perguntou isso, mas queria deixar aqui um recado para quem pretende seguir a profissão de jornalista: leia sempre, todos os dias. Leia notícia, romance, leia poesia. É fundamental - aconselha a craque, que assina a coluna "Panorama Econômico", diariamente, no GLOBO.Dentro de duas semanas, o tema da seção "Voz da Experiência" será medicina.

( Ouça aqui mais respostas da jornalista )

Um bom jornalista é completo quando tem que características? (Isaque Vieira de Moraes)

MIRIAM LEITÃO: Isaque, um bom jornalista é completo justamente quando ele tem sempre em mente que nunca está completo. Um bom jornalista tem que estar constantemente em busca de novas informações, novos aprendizados, novas fronteiras. Ou seja, é buscar uma vida inteira e nunca estar completamente satisfeito.

Devemos escolher a carreira pelo prazer ou pela recompensa financeira? (Marcela Gonçalves Pavam)

MIRIAM: Se for possível conciliar, Marcela, ótimo. Se não, tem que ser pelo prazer, porque é isso que pode lhe dar a chance de ganhar um bom dinheiro, ao se dedicar ao seu ofício com afinco. Nos tempos de hoje, as profissões mudam bastante, e, além disso, as pessoas mudam de profissão ao longo da vida várias vezes. Ou seja, uma profissão que traz recompensa financeira hoje pode não trazer amanhã, e vice-versa. No meu caso, por exemplo, sempre fiz jornalismo, mas o jornalismo vem mudando com muita freqüência, assim tenho sempre a sensação de estar numa profissão nova. Minha escolha, feita pelo prazer, acabou sendo excelente.

O que fazer, caso você fique sem poder exercer sua profissão com plena liberdade? Temos visto tentativas em países como Venezuela, Nicarágua, Equador, Bolívia e até Brasil de cerceamento da liberdade da imprensa. (Marcelo Pereira Lopes)

MIRIAM: Entrei no jornalismo numa época em que não havia a menor liberdade e exerci por muito tempo meu trabalho sem conhecer o que era essa liberdade. Porém, em situações assim, a gente sempre encontra um jeito de dizer o que tem que ser dito e formas de resistir. Se limitações existem, o que não podemos é aceitá-las facilmente. É preciso resistir sempre.

Como é o dia-a-dia no trabalho de um jornalista? (Clarice Machado de Souza e Priscilla da Silva Daumas)

MIRIAM: O dia-a-dia do jornalista é sempre a falta de rotina. É uma surpresa constante, pois sua função vai da pauta, de onde você está ou mesmo de coisas menos palpáveis, como a sorte. Não há uma resposta única para esta pergunta. Se a pergunta é como é o meu dia-a-dia, não queiram saber. Só posso dar uma palavra: intenso.

De onde veio o gosto pela economia? Você tem alguma formação na área? (Rogerio Cipriani)

MIRIAM: Não sei muito bem de onde veio o meu gosto pela economia, acho que ele foi surgindo porque, por um longo período da minha vida profissional, o maior desafio do país era combater a inflação. A pauta econômica ficou muito mais interessante, e eu me sentia útil ajudando o país a entender as confusões econômicas. Mas hoje, embora eu permaneça na janela econômica, tenho incluído cada vez mais assuntos na minha pauta. Temas como as questões racial e ambiental, o combate à pobreza e à corrupção estão na minha lista de preocupações. Ah, sobre a formação, não tenho especificamente diploma de economia, mas estudei e estudo o assunto sem parar.

Por que a carreira de jornalista tem como pré-requisito o diploma de jornalismo? Na sua visão, até que ponto a faculdade de jornalismo é importante para um futuro sucesso profissional? (Marcelo Thompson e Ralph Guichard)

MIRIAM: Não acho que a carreira de jornalista deveria ter como pré-requisito o diploma de jornalismo. Aprendi muito pouco jornalismo na faculdade. De qualquer forma, acho necessário, sim, que se faça algum curso superior; existem vários cursos que nos ajudam a exercer a profissão. O que é preciso, sem dúvida, é ter disposição para estudar ao longo de toda a vida.

Gostaria de saber como você construiu sua habilidade em língua inglesa e a importância do conhecimento do idioma na sua profissão. (Helga Maria Saboia Bezerra)

MIRIAM: Helga, a importância de saber esse idioma é total e só tem aumentado com a internet. Não dá para fazer jornalismo sem conhecimento de inglês. Aprendi tarde. Na minha geração, isso não era uma preocupação como é hoje. Mantenho a habilidade lendo sempre, ouvindo sempre.

Quais são as suas dicas para quem faz, como eu, jornalismo e quer se especializar em economia? O que pode ser mais interessante: buscar um MBA ou fazer faculdade de economia depois de formada? Quais as possibilidades de mercado? Paga mais? (Precyla Vieira Eller)

MIRIAM: De fato o jornalista de economia continua sendo um profissional muito disputado. Dependendo de onde se trabalhe, é a editoria com maiores salários, em média. Fazer MBA, mestrado ou mesmo a graduação em economia é escolha de cada um. No entanto, faça o que o que fizer, não deixe de estudar constantemente, mesmo que seja sozinha. Tem que ler o que está acontecendo neste momento na economia. É preciso aproveitar o contato com cada economista para aumentar o conhecimento técnico. Mas uma dica: é sempre bom ter em mente que jornalista é jornalista, economista é economista, e o nosso papel é falar claro. Sobre outras áreas, acho que há oportunidades se abrindo e que terão mais demanda no futuro, como ciência e meio ambiente.

Quando você entrevista em particular uma pessoa importante, e ela responde em 'off', mas a resposta é um assunto que pode prejudicar milhares de pessoas, o que você faz? Fica com o segredo sabendo do dano que causará ou denuncia e quebra o "off"? Até onde o "off" pode ser respeitado? (Pedro Paulo de Lima-e-Silva)

MIRIAM: Se você se compromete a respeitar o off, tem de fazê-lo, mas é preciso saber o limite. Por exemplo, não se vai pedir informação ou aceitar um off de bandido. Não se pode fazer isso com uma informação que vá prejudicar as pessoas. Existem milhões de situações, é difícil falar hipoteticamente. Mas, no limite, seu compromisso é com o seu leitor; sempre.

Onde você estudou jornalismo? (Denilson Reis de Castro)

MIRIAM: Comecei no Espírito Santo e depois fui para Brasília. Mas acho que aprendi jornalismo, mesmo, nas redações, com os colegas. Tem uma coisa legal no jornalismo, que não se encontra sempre: um colega mais velho, preocupado, que se dispõe a ensinar. Esse lado cooperativo, embora nem sempre aconteça, é uma das coisas mais agradáveis da profissão. Nesse aspecto, tive muito sorte na minha vida; sempre houve muita gente com coisas a me ensinar. Assim, eu tento retribuir sempre isso aos mais jovens.

A profissão de repórter tem se tornado cada vez mais perigosa nos grandes centros urbanos. Você acha que esse tema deve ser debatido nas universidades? (Evandro Maia)

MIRIAM: Esse tema precisa realmente ser debatido nas universidades e nas redações. A minha geração enfrentou os riscos da ditadura. Agora, o risco é a violência. O problema é que, se o jornalismo não souber enfrentar esse desafio, ele pode se acovardar, e isso pode comprometer a qualidade do trabalho. O equilíbrio entre a segurança física do repórter e o dever de informar tem que ser avaliado caso a caso. Hoje já existem jornalistas se preparando para cobrir uma situação de conflito armado.

Com o avanço da internet, já há muitas pessoas que preferem saber dos acontecimentos do mundo em blogs. É possível que daqui a cinco ou dez anos jornais e revistas estejam obsoletos? Se sim, como fica o mercado de trabalho? (Caroline da Silva Soares)

MIRIAM:O jornalismo nunca vai ser obsoleto. As plataformas é que mudam. Uma coisa interessante é que se achava que a TV acabaria com o rádio; e ambos, com o jornal. Agora, falam que a internet vai acabar com o jornal, mas isso não está acontecendo. As mídias se somam e se reinventam. Quando trabalhei em rádio, há 30 anos, nunca imaginaria algo tão revolucionário como uma rádio só de notícia, como a CBN. Tudo isso vai continuar mudando. Os próximos anos serão desafiadores e interessantes.