segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Negativas do Senado podem virar música

Em plena cúpula, senadores, prós e opositores se unem na marchinha do Senado.


Não, esta nem Pixinguinha gostaria de arranjar. A música que está soando no Senado parece mais um coro de gracejos "semi-silenciosos" de hienas e abutres. As últimas semanas na casa de José Sarney foi banhada pela crise ética e moral, mas ninguém ficou desesperado e desesperançado. Eram sorrisos e ataques deliberados de oposição e governo, prós e contra a qualquer coisa dentro do Senado. Um baile de acusações e risadinhas de meia boca. Algo que não dá em pizza, mas que pode virar um bom samba.

E o enredo é sobre os desacontecimentos. Primeiro as acusações arquivadas contra Sarney pai e filho... estes sim tem o que rir. Depois Collor acontece no Senado defendendo o "patrão". E desacontece tudo o que aconteceu em 1989...

A última veio de Mercadante (texto abaixo), que declarou irrevogável sua saída da liderança da bancada do PT no Senado - antes fosse. Tudo é especulação e picuinhas feitas pela oposição desagradável, agora chamada de imprensa.

E pelo visto, o PT não está fora da fogueira não. Aliás, o "não" foi dito várias vezes nestes últimos dias - principalmente por Dilma. Não, Dilma não se encontrou com Lina Vieira. Nada houve. E os VTs do Planalto não existem mais... E os onze arquivos de denúncias cheias de provas contra os Sarneys não valem nada - foram arquivados pelo Conselho de Ética. Estes, que realmente não sabem sequer o que é Ética. O próprio Sarney também aderiu ao refrão do "Não". O líder do Senado disse que não se sente culpado de nada. Claro, não houve nada.

É fascinante ver metade da tropa de choque do governo agir com rapidez nas jogadas. É maravilhoso ver os risos cínicos, os punhos erguidos e os dedos eretos. 'Que bonito é...' a linha de passe das cobras criadas no PMDB e no PT. Como são astutos estes. Todos treinados e vacinados em processos na justiça e nas CPIs. Este é só mais um versinho da música. O outro fala de mentiras...

Antigamente o mentiroso tinha pudor, tremia a voz. As mentiras eram bem feitas e esbanjavam graça. Agora essa gente não desrespeita apenas a verdade - o pacote está mais completo. Eles não respeitam mais nem a mentira.

E caímos novamente no refrão do "Não". Sob mentiras é o que conta. Os atos secretos, por exemplo, são calúnias deliberadas e fáceis de manusear. Lembre-se que elas iam ser todas anuladas, mas não foram e voltaram a valer.

O ato secreto não é apenas para esconder malandragens não. É também um frisson, um reboliço - e talvez daí que veio o estopím para criarmos o samba. Quem está com a batuta é o onipotente Sarney... Mas existem outros na banda que também possuem a imortalidade e a força. Será que alguém ainda acha que um cara que faz castelos, que é dono de cidades como São luiz ou Maceió, vai dar satisfação ao povo mortal e doente.

Com o PT lembendo os pés do PMDB, os atos secretos ficaram até poéticos, mas não é somente ele que entra na partitura. A música é mais profunda amigos. Ainda no final temos o fim da boa e velha hipocrisia. O caso do Paulo Duque, por exemplo, foi engavetando tudo e se lixando para a opinião pública. Collor obrando em nossas cabeças e Roriz prestes a dar o bote e conseguir um refrãozinho só para ele.

O Senado conseguiu, historicamente criar um enredo perfeito - nota 10 - Tchau, tchau Beija-flor e Mangueira, pois o Senado vem aí. E se reclamar, ató secreto neles. Ao que parece, este samba está grande demais. Quem sabe o Sarney não anima e transforma sua obra em uma Ópera. isso sim, é a cara dele.

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